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12.6.10

DUAS CARAS

Todos sabem, ou, pelo menos, já ouviram falar que, na participação em comunidades, fóruns e bate-papos virtuais, alguns internautas aproveitam do anonimato, para exporem falsos perfis e escondem sua verdadeira cara. Aquele típico nerd, sempre tranquilo, se torna hostil e agressivo por detrás do monitor. O senhorzinho solteirão de 40 anos, obeso, largadão, vira o ‘Gato_sarado_18’, surfista e musculoso. Incentivados por este anonimato, os infratores também estão cada vez mais habilitados nos crimes cibernéticos.

Não há dúvidas da ocorrência deste tipo de indivíduos, mas, pelo menos pra mim, o relacionamento virtual é mais do que isso. Do outro lado da moeda, o mesmo anonimato, ou a segurança de estar por detrás do monitor, que auxilia na farsa, na maioria das pessoas ajuda a mostrar quem realmente ela é. Isso aí, o ambiente virtual passa segurança àquele que aproveita o espaço para se expressar. Estando livre dos fatores que te constrange ou te reprime, você pode mostrar o que você realmente tá pensando, quem realmente você é.

Foto: da web
Podemos dizer então que este ambiente virtual é uma ferramenta, uma forma de divulgar nossas idéias e se fazer notar. Não só nossas idéias, mas também emoções, e, quem sabe, até desejos, que, em certas pessoas, devido à repressão social, falta de coragem, ou uma personalidade mais introvertida, são contidos. Mais do que isso, a prática instiga o indivíduo a assumir a mesma postura no contato real, além do mais, os relacionamentos na internet não deixam de ser uma forma de experiência e aprendizado sobre nós mesmos.

5.6.10

COTIDIANO JOVEM

A escola mudou muito nos últimos anos. Quem sabe tornou-se até mais agradável aos alunos, mas deixou de lado a sua finalidade. A educação ficou em segundo plano e o ambiente virou apenas mais um ponto de encontro, de origens e vivência de relacionamentos entre os jovens.O importante é a integração com o grupo em que vive e mostrar que também está presente e atualizado. Eles vão à escola, preocupados com a festinha do próximo final de semana, com as fotos do Orkut comentadas no dia anterior, nos tweets enviados pelas celebridades, nas músicas novas que estão levando no seu MP7, 8, 9, seja lá que número for, e que ouvirá no intervalo, aliás, até mesmo durante a aula.

A projeção social está veiculada à roupa de marca, ao aparelho celular que acabou de ser lançado, e, dentre outros, está ligada cada vez mais à participação no mundo virtual. O perfil de cada um nas redes sociais é o que define o que eles são, lá eles apresentam (tornam público) apenas o que eles querem, o que é interessante, o que eles acham que chamará atenção dos amigos, ou das pessoas, do grupo em que vive. Tudo dentro de um padrão que vai se estabelecendo continuamente entre eles: a foto em certo lugar, com tal pessoa, em certa pose; os comentários, os depoimentos (que na verdade envolve muito mais uma relação de prestígio, de poder, de 'puxa-saco', do que propriamente um 'depoimento'), os ídolos etc; toda uma comunicação específica dessa geração, que expressam seu estilo de vida.

Foto: da web
Há sempre exceções, mas esta é a realidade da massa, da grande maioria, não só dos centros urbanos, mas também das zonas mais afastadas, atendidas cada vez mais com a inclusão digital. Muito se critica da metodologia pedagógica empregada, mas a finalidade da instituição escolar ainda é atender às necessidades básicas de educação, proporcionando ao aluno condições fundamentais para o convívio social, é o lugar onde é apresentado aos jovens o que a sociedade espera deles.

A questão não se limita ao ambiente escolar. Em casa, os pais, financiadores da vida dos filhos, querem sempre o melhor para eles. Não pensam de que modo seus agrados e a liberdade dada a ales influenciam seu comportamento e não consideram os resultados a longo prazo.
O jovem, a criança, acaba buscando o que mais lhe agrada, no que lhe trará gratificação imediata.

Eles estão erradas e são culpadas?
Não. É uma consequência do conjunto do qual fazem parte.

Mas, infelizmente, para esta galerinha, não ficarão debaixo das asas dos pais pra sempre. Chegará o momento em que terão que assumir responsabilidades.

E aí?
Eles estarão preparadas?