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27.5.11

NADA DO QUE FOI SERÁ... SERÁ?


Rio das Ostras, 25 de Maio de 2011.

Foto: Eduardo Costa

          O dia amanheceu lindo na cidade. Passarinhos cantando, crianças brincando... Todo mundo feliz! Mas algo estava diferente. Numa escolinha da cidade onde funciona (ou pelo menos tenta funcionar) uma universidade, a Universidade Federal Fluminense, havia uma grande movimentação. Em breve a cidade iria parar. Logo todos iriam saber o que se passa em nossa cidade, em nossa universidade.

Longe dali, dois ônibus chegavam a Niterói. Ah, Niterói, praia e água de coco. Não, não foi essa a recepção do grupo que chegava lá pra bater de frente com os chefões, para reivindicar nossos direitos de educação. Longe disso. Lá, alguns se esconderam, como baratas quando se acende a luz, os que ficaram viraram a cara, jogaram a poeira pra debaixo do pano. Vamos pedir piedade: Senhor piedade! por essa gente careta e covarde.
  
Foto: Eduardo Costa
Em Rio das Ostras, faltava a mobilização da cidade. Queríamos mostrar que queremos uma educação de qualidade, uma interiorização da universidade pública com condições dignas. Logo teremos mais um vestibular, mais alunos, e vamos estudar onde? Estudar como? Vão fazer containers superfaturados de dois andares?

 Restava aguardar o retorno de nossos soldados que foram ao território inimigo tentar uma aliança, um acordo de paz. Juntos, em um só objetivo, marchar pela cidade. No último gesto do dia, todos unidos.
 
Foto: Eduardo Costa
Ah! Pra quem pensou que isso já era o suficiente... Enquanto ocorria a concentração no pólo, um grupo de professores e alunos da universidade foi até colégios da cidade convocar nossos futuros calouros (sim, estudantes do ensino médio, futuros universitários) para defender a causa, a nossa causa, da comunidade inteira. Nossos recrutas foram corajosos, não mostraram medo, pelo contrário, esbanjavam disposição e habilidade com a espada, foram bem treinados pelos seus mestres.

E assim fomos, todos juntos, pela rua, caminhando e cantando, sendo xingados, sendo apoiados. As buzinas se confundiam, umas eram “sai da frente p...!”, “vo perder a novela”; outras, “isso aê mulecada!”, “bravo!”.

Foto: Eduardo Costa
 Alcançamos nosso objetivo, a praça. Uma última batalha antes de voltar pra casa. A batalha na cidade mostrou seus desafios, seus obstáculos, uma população que se intimida, que se desconhece, mas que também comparece, que acolhe. Fomos lá, vencemos a batalha! Mas a guerra tá longe de acabar. Mas fizemos. Nada, do que foi, será de novo do jeito que já foi um dia.


Pra quem pensava que acabou, pra quem pensa que sumiu, ainda estamos aqui... aqui em Rio das Ostras, aqui no Rio de Janeiro... no Brasil...

...o Movimento Estudantil!
 
Foto: Eduardo Costa


“Continua no próximo episódio...”